Link para baixar PDF: Salvos Pela Maravilhosa Graça
Robinson
L Araujo[1]
Exaustivamente
pregado em nossos templos, por sermões que acabam comovendo o coração das
pessoas que ora, buscam a salvação e sua possível potencialização por meros
caprichos e penitências humanas.
Salvação
essa que, em sua totalidade, é dada ao homem de forma gratuita, sem a manifestação
de seus sacrifícios, a não ser, o ofertado na cruz do Calvário. Uma Graça sem a necessidade de buscar sua
possível ‘potencialização’, por intermédio das atitudes de obediência - aos
homens - e em muitas vezes, penitencias/submissão que não tem poder de
justificar a Graça e nem a potencializar.
Buscaremos,
por meio da direção do Espírito Santo de DEUS, discorrer linhas que poderão nos
levar a compreensão da Graça – se for possível sua compreensão.
Por anos,
buscamos a aceitação de DEUS por meio de nossa maneira de viver, muitas vezes,
como líderes, acabamos por manipular pessoas para o bem comum do lugar onde
reunimos com o propósito de adoração. Ditamos as normas, corrigimo-las, apontamos
erros, apresentamos regras e demais situações, com o objetivo claro de “agradar
ao coração de DEUS”.
Faz-se necessário, compreender que,
acaba-se dobrando aos poderes deste mundo. Com isso, a mente deformou o
evangelho da Graça em cativeiro religioso e distorceu a imagem de DEUS à forma
de um guarda-livros eterno e cabeça-dura (Manning, 2005).
A pergunta
é: Ele, sendo DEUS, precisaria da ajuda humana, ditando regras com o propósito
de agradar o Seu coração e, por piedade, venha derramar da Sua Graça redentora
sobre nós?
A resposta
é: NÃO.
1.
A GRAÇA É DE GRAÇA
Não se
pode comprar a Graça. Com isso não podemos banalizar seu valor. Mesmo sendo de
graça, houve um valor muito caro pago por ela, valor que não pode ser
mensurado, devido ao sangue derramado por DEUS ao oferecer Seu único Filho,
para que, pela Graça a humanidade pudesse ser salva.
Sendo assim,
vejamos o que o Apóstolo Paulo, diz a Igreja de Efésios, capítulo 2, versos de
7-10:
7. DEUS fez isso para mostrar, em todos os
tempos do futuro, a imensa grandeza da Sua Graça, que é nossa por meio do amor
que Ele nos mostrou por meio de Cristo Jesus. 8. Pois pela Graça de DEUS vocês
são salvos por meio da fé. Isso não vem de vocês, mas é um presente dado por
DEUS. 9. A salvação não é o resultado dos esforços de vocês; portanto, ninguém
pode se orgulhar de tê-la. 10. Pois foi DEUS quem nos fez o que somos agora; em
nossa união com Cristo Jesus, Ele nos criou para que fizéssemos as boas obras
que Ele já havia preparado para nós. (Bíblia de transformação Pessoal).
Ainda na
versão Contemporânea – Bíblia A Mensagem, temos:
7. Agora DEUS nos tem onde sempre quis. Tanto
neste mundo como no próximo, Ele quis derramar sobre nós graça e bondade, em
Cristo Jesus. 8. A salvação foi ideia e obra dEle. Nossa parte em tudo isso é
apenas confiar nEle o bastante para permitir que Ele aja em nossa vida. É um
imenso presente de DEUS! Não somos protagonistas nessa história. Se fosse o
caso, andaríamos por aí nos vangloriando do que fizemos. 9. Não! Nada fizemos,
nem nos salvamos. DEUS faz tudo e nos salva. 10. Ele criou cada um de nós por
meio de Cristo Jesus, e a Ele nos unimos nessa obra grandiosa, a boa obra que Ele
deseja que executemos e que faremos bem em realizar.
Embora
as Escrituras insistam que é de DEUS a iniciativa na obra da salvação – que pela
Graça somos salvos, que é o formidável Amante quem toma a iniciativa – frequentemente
nossa espiritualidade começa no eu, não em DEUS. A responsabilidade pessoal
acaba por substituir a resposta pessoal. Fala-se tanto em adquirir a virtude
como se ela fosse uma habilidade que pudesse ser desenvolvida, como uma bela
caligrafia.
Diante
disso, Manning (2005) afirma que a igreja institucional tornou-se alguém que
inflige as feridas nos que curam, em vez de ser alguém que cura os feridos. Ela,
igreja evangélica dos nossos dias, aceita a Graça na teoria, mas nega-a na
prática. De modo geral o Evangelho da Graça não é proclamado, nem compreendido,
nem vivido. Um número grande demais de cristãos, acabam por viver na casa do
temor e não na casa do amor. A ênfase acaba sendo no que “eu” estou fazendo em
vez de “no” que DEUS está fazendo.
2.
ETIMOLOGIA DA PALAVRA GRAÇA
O
vocábulo graça provém do latim gratia, que deriva de gratus
(grato, agradecido) e que em sua primeira acepção designa a qualidade ou
conjunto de qualidades que fazem agradável a pessoa que as têm.
No hebraico, a palavra
"graça" é traduzida como "חֵן" (chen). Esse termo
está relacionado à bondade, ao favor e à benevolência. Também pode ser
interpretado como um presente ou uma dádiva. No contexto bíblico, a graça de DEUS
é frequentemente mencionada como um dom gratuito e incondicional.
A palavra grega χαρις
charis é a base da maioria das traduções de “graça”. Charis ocorre
mais de 170 vezes no Novo Testamento. Também era uma palavra comum no grego não
bíblico. Em seu sentido mais básico, referia-se à aparência ou caráter
agradável de uma pessoa, como em ‘charme’ ou ‘carisma’.
Embora charis não signifique
necessariamente “favor imerecido”, Paulo fez dessa palavra a chave para sua
teologia nesse sentido: “Mas,
se [a eleição de DEUS] é por graça, já não é pelas obras; de outra maneira, a
graça já não é graça.” (Romanos 11:6).
A graça tem sua origem em DEUS, não em seus destinatários. É um dom puro de DEUS
e, portanto, contrasta fortemente com as obras da lei: “mas Ele, em sua
graça, nos declara justos por meio de Cristo Jesus, que nos resgatou do castigo
por nossos pecados”. (Romanos 3:24). DEUS
elege Seu povo não com base em seus méritos, mas os culpados recebem a graça e
são perdoados com base na justiça de Cristo. A graça é recebida pela fé e
acompanhada do arrependimento.
3.
INTERPRETAÇÕES HISTÓRICAS E TEOLÓGICAS
SOBRE AS FUNÇÕES DA GRAÇA DE DEUS
É no
Novo testamento que pode ser encontrado os princípios da Graça e da Fé, como
Paulo declara: “O justo viverá pela Fé”, (Romanos 1:17). Uma citação extraída
de Habacuque 2:4: “... o justo, porém, viverá por sua fidelidade a DEUS”.
Diante
de tal argumento, o Apóstolo Paulo, acaba por ser um revolucionário ao afirmar,
caso contrário, seria mero repetidor e sua doutrina seria comum. A agitação que
ele causou, mostra que contradizia a teologia ortodoxia judaica, pois a mesma
afirmava que a pratica dos mandamentos e as ordenanças da lei que seria o
caminho para se obter a vida. Sendo assim, Paulo ensinava a doutrina da Graça,
acompanhada pela Fé salvadora, conforme Efésios 2:8, citado à cima.
Para Agostinho[2],
DEUS proveria tanto a Graça quanto a vontade para recebê-la, o que significa que
tanto a Graça proveniente quanto a Graça eficaz dependem da soberana vontade de
DEUS, e não da vontade do homem. A única maneira de alguém rejeitar a Graça
divina é não ser uma pessoa em quem a Graça de DEUS não esteja operando, ou
seja, não pertencer ao grupo dos eleitos.
John Tauler[3],
promovia o Ascetismo (doutrina de pensamento ou de fé que considera a ascese,
isto é, a disciplina e o autocontrole estritos do corpo e do espírito, um
caminho imprescindível em direção a DEUS, à verdade ou à virtude). Como um
agente que coopera com a Graça divina, garantindo a volta do homem a DEUS.
Por outro
lado, Lutero[4]
assumia uma posição paulina-agostiniana sobre a Graça de DEUS, sendo o maior
elemento teológico isolado da Reforma Protestante. Entretanto, ele foi além do
que fora Augustinho, pois negava a eficácia da vontade humana, como também a
realidade do livre-arbítrio humano.
Já Calvino[5],
tomava uma extrema posição paulina-agostiniana, expondo um sistema de rígida
Predestinação. De acordo com o seu sistema, a Graça geral é negada, ao mesmo
tempo que a Graça irresistível é enfatizada, mas somente no caso dos eleitos. Dentro
de argumentos, esse evangelho peca por deficiência.
Melanchton[6],
procurou suavizar a posição de Lutero, ensinando uma doutrina de Sinergismo,
sendo três fatores que, supostamente estariam envolvidos na operação da Graça
divina, sendo: o Espírito Santo, a palavra de DEUS e a vontade humana. Em oposição
a essa ideia, tem-se o Monergismo, posição pregada por Lutero e Calvino. O termo
Sinergismo vem diretamente do grego: syn, [com] e ergeein,
[trabalhar], e, portanto, [trabalhar em cooperação com], com o envolvimento de
vários elementos.
Suarez[7],
criou o termo Congruísmo, a fim de descrever o seu conceito de como a livre
decisão humana, referente à salvação, cede diante da vontade de DEUS, mediante
a Graça divina. A Graça divina, infalivelmente, conduz o pecador a DEUS, mas
ela não é incongruente com o livre-arbítrio do homem.
Já Jonatham
Edwards[8],
limita a Graça proveniente de DEUS exclusivamente aos eleitos. DEUS faria
certos homens (os eleitos) crerem; os demais seriam deixados em sua
incredulidade.
Por fim,
A.E. Taylor[9],
falava sobre a eterna iniciativa divina, mediante a qual DEUS busca os homens,
devendo isso corresponder à iniciativa do indivíduo, - a cada pessoa em
particular. E essa combinação é que leva a alma à imortalidade, soando como a
ideia do Sinergismo.
4.
SALVOS PELA GRAÇA MEDIANTE A FÉ
Importante
entender que a salvação, portanto, é um processo místico e não humano,
produzido pelo Espírito Santo, que passa a habitar nos homens e ter comunhão
com eles. Este é um produto da Graça, já que a lei jamais poderia proporcionar
tal ato. Diante da afirmação, podemos concluir que a essência da doutrina da
Graça é que DEUS é por nós e, mesmo sendo o homem contra Ele, ainda assim, Ele
é pelo homem, por meio da entrega de Cristo Jesus (homem).
Hebreus
11:1, acaba afirmando o que seja Fé: “O fato essencial da existência é que esta
confiança em DEUS, esta Fé é o alicerce sólido que sustenta qualquer coisa que
faça a vida digna de ser vivida. É pela Fé que lidamos com o que não podemos
ver”. (Bíblia A Mensagem). Assim, não basta ter somente uma Fé humana na
relação da existência de DEUS, sem necessidade de qualquer tipo de obras. Por
outro lado, a Fé não é a substância da salvação do homem, porquanto, sendo a
justiça de DEUS que provoca a transformação metafísica segundo Jesus Cristo,
afirmada em Romanos 3:21-24:
21. Agora,
porém, conforme prometido na lei de Moisés e nos profetas, DEUS nos mostrou
como somos declarados justos diante dEle sem as exigências da lei: 22. somos
declarados justos diante de DEUS por meio da Fé em Jesus Cristo, e isso se
aplica a todos que creem, sem nenhuma distinção. 23. Pois todos pecaram e não
alcançam o padrão da glória de DEUS, 24. mas Ele, em Sua graça, nos declara
justos por meio de Cristo Jesus, que nos resgatou do castigo por nossos
pecados.
As obras
da lei não oportuna o privilégio da Graça de DEUS. Entretanto, a Graça de DEUS,
oportuna as obras da lei, na mediação da morte do ‘eu’ e a vida em ressurreição
com Jesus Cristo. Sendo a essência da palavra Fé, acreditar naquilo que a consciência
humana se limita a entender.
Sendo assim,
a Fé acaba sendo mais um instrumento da salvação, que é pela Graça, não
dependendo das obras e sim, do exercer Fé, alinhado as a transformação pessoal,
caracterizando-se pelas obras na transformação de sua vida. E essa Fé, basicamente,
indica a outorga ativa da própria alma aos cuidados de Cristo, com base no
reconhecimento de Sua pessoa e das obrigações que Cristo impõe sobre os que
exercem Fé.
Paulo
ainda afirma ainda que, além de não vir do homem a possibilidade de ser salvo
por suas obras, andando em conformidade com a lei, ela é um “dom de DEUS” ou,
em outras traduções, sendo um “presente de DEUS” ao homem. Isso traduz-nos de
que a salvação não é uma realização e sim, uma dádiva dada por DEUS ao homem.
Na expressão
grega “... é dom/presente de DEUS...”, o vocábulo DEUS é o primeiro na sequencia
de palavras, e isso, provavelmente, para efeito de ênfase: “... de DEUS” (tudo
isso) é um dom. isso frisa a origem divina da salvação, em contraste com a
origem humana da salvação postulada pelo sistema das obras da lei. Quando, por
parte do homem, o ato de receber a salvação consiste somente da Fé, todos os
outros meios, dos quais os homens estão habituados a depender, são eliminados. A
Fé, pois, conduz o homem vazio até DEUS, a fim de que possa ser cheio das
bênçãos de Jesus Cristo. E por isso Ele adiciona, ‘não de vós mesmos’ a fim de
que, nada reivindicando para si mesmos, reconheçam somente DEUS como autor da
salvação deles,
5.
VIVENCIANDO UMA METANOIA
Para
compreender-se o raciocínio, a palavra Metanoia significa a ação de mudar de
ideia ou pensamento, ou seja, deixar de seguir ou acreditar em
determinada coisa para vivenciar um novo modo de enxergar a vida, por exemplo.
Do
ponto de vista teológico, a Metanoia representa o processo de
arrependimento e conversão do indivíduo para determinada doutrina.
Consiste na reinterpretação que a pessoa tem da sua vida, seja moralmente,
intelectualmente ou espiritualmente.
Entretanto,
para a religião, a Metanoia é um processo constante e crescente que se inicia a
partir do momento em que o indivíduo reconhece e aceita a sua Fé na doutrina
que lhe foi pregada.
Faz-se
necessário parar e refletir na graça que é oferecida nos púlpitos das congregações
nos dias atuais. Algo está muito errado, afirma Manning (2005). Faz-se
necessário convencer qualquer um que DEUS salva o homem sem precisar de ajuda.
No zelo
de impressionar a DEUS, a luta pelo mérito de estrelas douradas, a afobação por
tentar consertar a nós mesmos ao mesmo tempo em que se esconde a mesquinharia e
chafurda-se na culpa não repugnante pra DEUS e uma negação aberta do Evangelho
da Graça, atrelada na busca de multidões de fieis, bem como, a frenética busca
de ‘seguimores’ em redes sociais, vituperam o verdadeiro sentido da Graça. Faz-se
necessário ‘manter’ as pessoas debaixo de algo que os aprisionem, diante da
possibilidade de serem livres.
Fyodor
Dostoievski[10]
em seu livro Crime and punishment, captou o choque do escândalo do Evangelho
da Graça quando escreveu: “No último julgamento Cristo nos dirá: ‘Vinde, vós
também! Vinde, bêbados! Vinde, vacilantes! Vinde, filhos do opróbrio!”. E
dir-nos-á: “Seres vis, vós que sois à imagem da besta e trazem a sua marca, vindo,
porém, da mesma forma, vós também! E os sábios e prudentes dirão: “Senhor, por
que os escolhestes?” E Ele dirá: ‘Se os acolho, homens sábios, se os acolho,
homens prudentes, é porque nenhum deles foi jamais julgado digno. E Ele
estenderá Seus braços, e cairemos a Seus pés, e choraremos e soluçaremos, e
então compreenderemos tudo, compreenderemos o Evangelho da Graça! Senhor, venha
o Teu Reino!”.
Em Mateus
9:9-13, tem-se uma perspectiva para quem Jesus veio. Veja, na tradução da
Bíblia A Mensagem:
9. Enquanto caminhava, Jesus avistou um cobrador
de impostos. Seu nome era Mateus. Jesus o convidou: “Venha comigo!”. Mateus
levantou-se e passou a segui-lo.
10-11. Mais tarde, Jesus estava jantando
na casa de Mateus com seus seguidores mais próximos, e um grupo de pessoas de
má reputação se juntou a eles. Quando os fariseus viram Jesus no meio daquela
gente, ficaram indignados e foram tomar satisfação com os discípulos: “Que
exemplo está dando seu Mestre, andando com essa gente desonesta e essa ralé?”
12-13. Jesus escutou a crítica e reagiu: “Quem precisa
de médico: quem é saudável ou quem é doente? Pensem no significado deste texto
das Escrituras: ‘Procuro misericórdia, não religião’. Estou aqui para dar
atenção aos de fora, não para mimar os da casa, que se acham justos”.
A
Graça deve ser bebida pura, sem nenhum tipo de bebida para facilitar a maneira
que o homem acha que deve entender a graça de DEUS. Jesus se coloca na condição
daquele que veio para os pecadores, para aqueles que são marginalizados, como
Mateus na condição de cobrador de impostos e seus companheiros. Mas não somente
para eles, como também: empresários, políticos, sem-teto, viciados,
prostitutas, dentre outros. A essência observada é que Jesus não somente
conversava com eles, Ele também, adentrava a casa, sentava-se a mesa e jantava
com eles. Diferentemente dos burocratas religiosos que ostentam seus paramentos
e a insígnia de sua autoridade para justificar a sua condenação à verdade e sua
rejeição ao Evangelho da Graça. Pensando que a salvação pertence aos decentes e
piedosos, àqueles que permanecem a uma distância segura dos becos da
existência, cacarejando seus julgamentos sobre aqueles que a vida maculou.
Morton
Kelsey[11] escreveu: “A igreja não é
um museu para santos, mas um hospital para pecadores”. A Boa-Nova significa que
podemos parar de mentir a nós mesmos. DEUS não apenas ama a cada um como é, mas
também conhece a cada um como ele é. Sendo assim, não faz necessário aplicar
maquiagem ou máscaras espirituais para fazer-se aceitável diante de DEUS. É possível
reconhecer a posse da miséria pessoal, a impotência e carência.
Viver
da Graça e pela Graça significa o reconhecimento de toda a história pessoal de
vida, o lado bom e o lado ruim. Ao admitir o lado escuro, aprende-se quem se é realmente
e o verdadeiro significado da Graça de DEUS.
Segundo
(Manning, 2005, p. 25), ele assevera:
O Evangelho da Graça nulifica a nossa adulação
aos televangelistas, superastros carismáticos e heróis da igreja local. Ele oblitera
a teoria de duas classes de cidadania que opera em muitas igrejas americanas. Pois
a Graça proclama a assombrosa verdade de que tudo é de presente. Tudo de bom é
nosso não por direito, mas meramente pela liberdade de um DEUS gracioso. Embora
haja muito que podemos ter feito por merecer – nosso diploma e nosso salário,
nossa casa e nosso jardim, uma garrafa de boa cerveja e uma noite boa de sono
caprichada – tudo é possível apenas porque nos foi dado tanto: a própria vida,
olhos para ver e mãos para tocar, mente para formar ideias e coração para bater
com amor. A nós foram-nos dados DEUS em nossa alma e Cristo na nossa carne. Temos
o poder de crer quando outros negam; de ter esperança quando outros desesperam;
de amar quando outros ferem. Isto e muito mais é pura e simplesmente de presente;
não é recompensa a nossa fidelidade, a nossa disposição generosa, a nossa vida
heroica de oração. Até mesmo a nossa fidelidade é um presente. “se nos voltamos
para DEUS”, disse Agostinho, “até isso é um presente de DEUS”. Minha consciência
mais profunda a respeito de mim mesmo é de que sou profundamente amado por
Jesus Cristo e não fiz nada para consegui-Lo ou merece-Lo.
Henri
Nouwen[12] observou que a maior
parte da obra de DEUS no mundo talvez passe despercebida. Há uma série de
pessoas que ficaram famosas e amplamente conhecidas pelos seus ministérios, mas
grande parte da atividade salvífica de DEUS na nossa história pode permanecer ainda
completamente desconhecida. Este é um mistério difícil de aprender numa era que
atribui tamanha importância na publicidade. Tem-se a tendência de pensar que
quanto mais pessoas sabem e falam a respeito de alguma coisa, mais importante
ela deve ser.
O bom
é que, o Evangelho da Graça grita em voz alta: somos todos mendigos, igualmente
privilegiados, mas não merecedores, às portas da misericórdia de DEUS. Traduz o
que o Apóstolo Paulo deixou em II Coríntios 12:9: “mas ele disse: "Minha
graça é tudo de que você precisa. Meu poder opera melhor na fraqueza".
Portanto, agora fico feliz de me orgulhar de minhas fraquezas, para que o poder
de DEUS opere por meu intermédio”. Quaisquer que sejam nossas falhas, não se
faz necessário baixar os olhos da presença de Jesus. Ele veio, não para os
superespirituais, mas para os vacilantes e enfraquecidos que sabem que não
possuem nada para oferecer, e que não são orgulhosos demais para aceitar a
esmola da Graça admirável.
Qualquer
igreja que não aceita que é formada por homens e mulheres pecaminosos, e que
existe para elas, rejeitam implicitamente o Evangelho da Graça. A igreja deve
estar constantemente consciente de que sua fé é fraca, seu conhecimento
incompleto, sua profissão de fé hesitante, de que não há um único pecado ou
falha do qual ela não seja de um modo ou de outro culpada. Embora seja verdade
que a Igreja deva sempre se dissociar do pecado, ela não pode jamais ostentar
qualquer desculpa para manter qualquer pecador distante. Se a igreja permanecer
de modo farisaico distante dos fracassados, das pessoas irreligiosas e imorais,
não poderá entrar justificada no Reino de DEUS.
6.
MARAVILHOSA GRAÇA (THIS IS AMAZING GRACE)
Assim,
concluímos essa pequena dissertação relacionada a Graça de DEUS. Não se tem a
possibilidade de esgotamento do assunto, por ser maior do que os pensamentos
humanos. Entretanto, faz sentido a liberdade para reconhecer algum erro que
venha afastar os necessitados da Graça da presença de DEUS.
Assim,
fica o referido louvor para reflexão:
“Quem
tem poder sobre o pecado? O seu amor é poderoso. O Rei da glória, o poderoso DEUS.
A terra treme com Sua voz, e nos deixa maravilhado. O Rei da glória, o poderoso
DEUS.
Maravilhosa
graça. Teu amor que não falha. Tomou o meu lugar. Levou a minha cruz. Teu
sangue me salvou. Minha dívida pagou. Jesus, eu canto porque hoje livre sou.
És
quem traz paz ao caos do homem, és escudo aos indefesos. O Rei da glória, o
poderoso Deus. Reina em justiça sobre as nações, a luz que brilha na escuridão.
O Rei da glória, o poderoso Deus.
Digno
é o Cordeiro de Deus. Digno é o Cordeiro que a morte venceu!
Maravilhosa
graça. Teu amor que não falha. Tomou o meu lugar. Levou a minha cruz. Teu
sangue me salvou. Minha dívida pagou. Jesus, eu canto porque hoje livre sou.
Jesus,
eu canto porque hoje livre sou!
Jesus,
eu canto porque hoje livre sou!”
REFERÊNCIAS
BRONKHORST,
Hildert. O QUE É Graça? Disponível em: https://www.palavrabiblica.net/o-que-e-graca/.
Acesso em: 17 mar. 2024.
CHAMPLIN,
R. N. ENCICLOPÉDIA DE BÍBLIA TEOLOGIA E FILOSOFIA. Volume 2: D-G. São Paulo: Hagnos,
2006.
CHAMPLIN,
R. N. O Novo Testamento Interpretado: versículo por versículo: Volume 4: 1
Coríntios, 2 Coríntios, Galatas, Efésios. São Paulo: Hagnos, 2002.
MANNING, Brennan. Bíblia de
Transformação Pessoal. Traduzido por Susana Classen. São Paulo: Mundo Cristão,
2015.
MANNING,
Brennan. O EVANGELHO MAL TRAPILHO. Traduzido por: Paulo Purim. São Paulo: Mundo
Cristão, 2005.
Maravilhosa Graça (This Is Amazing Grace). Comunidade da Graça.
Disponível em: < https://www.letras.mus.br/comunidade-da-graca/maravilhosa-graca-this-is-amazing-grace/>.
Acesso em: 17 mar. 2024.
PETERSON,
Eugene H. A Mensagem|: Bíblia em Linguagem Contemporânea. São Paulo:
Editora Vida, 2014.
WIKIPÉDIA. Disponívem
em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina_principal>.
Acesso em: 17 mar. 2024.
[1] Pastor Protestante. Redes
sociais: @vivendoemvidaplena – site: www.vivendoemvidaplena.teo.br
[2] Aurélio Agostinho
de Hipona (13 de novembro de 354 – Hipona, 28 de agosto de 430), conhecido universalmente
como Santo Agostinho, foi um dos mais importantes teólogos e filósofos nos
primeiros séculos do cristianismo, cujas obras foram muito influentes no
desenvolvimento do cristianismo e filosofia ocidental.
[9] Alfred Edward
Taylor (22 dezembro 1869 – 31 outubro 1945), geralmente citado como A. E.
Taylor, foi um filósofo idealista britânico mais famoso por suas contribuições
à filosofia do idealismo em seus escritos sobre metafísica, filosofia da
religião, filosofia moral e os estudos de Platão.
[10] Fiódor
Mikhailovitch Dostoiévsk. (Moscou, 11 de novembro de 1821 - São Petersburgo, 9 de fevereiro de 1881) foi um escritor, filósofo e jornalista do Império Russo. É considerado um dos maiores
romancistas e pensadores da história, bem como um dos maiores
"psicólogos" que já existiram (na acepção mais ampla do termo, como
investigadores da psiquê)
[11] Morton Kelsey (1917-2001)
foi um padre episcopal, terapeuta junguiano ,
conselheiro e escritor religioso.
[12] Henri Jozef
Machiel Nouwen (Nijkerk, 24 de janeiro de 1932 — Hilversum, 21 de setembro de 1996) foi um católico holandês, teólogo, padre e escritor, autor de 40 livros sobre vida
espiritual. Trabalhou na Universidade de
Harvard, na Universidade de
Yale e no Seminário Teológico de Ontário, Canadá.
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