terça-feira, 15 de setembro de 2020

QUEM SOU EU?

 


Robinson L Araujo[1]


Você já se pegou perguntando que você é? De fato, em algum momento de nossa caminhada aqui, paramos para fazer esse tipo de reflexão, ou se não, é importante que você saiba quem realmente é.

Em um determinado tempo, após viver uma tortura psicológica em detrimento do serviço, desencadeando um início de depressão, houve a necessidade de saber quem realmente eu era. Assumir a minha razão. Deixar de viver o que as pessoas gostariam ou impunham para que fosse - embora não me rendia por completo - entretanto buscava agradar da melhor forma.

Realmente é um processo doloroso, por vezes solitário, porém, somente com uma aproximação íntima com DEUS, somos capazes de vencer e assumir "quem eu sou", desprendendo de preocupações em querer agradar pessoas.

Existe um texto bíblico ao qual busco ancoragem que se encontra em Romanos 12:2[2], que afirma:

Não se ajustem demais à sua cultura, a ponto de não poderem pensar mais. Em vez disso, concentrem a atenção em DEUS. Vocês serão mudados de dentro para fora. Descubram o que Ele quer de vocês e tratem de atendê-Lo. Diferentemente da cultura dominante, que sempre arrasta para baixo, ao nível da imaturidade, DEUS extrai o melhor de vocês e desenvolve em vocês uma verdadeira maturidade.

O que realmente a cultura quer - nesse caso não a cultura do intelecto ou da arte, mas a cultura que tenta nos dominar - é fazer com que assumamos um "eu" que venha de encontro as necessidade da "galera", do geral, do agradar para que você seja feliz e consiga oportunidade. A pessoa que age assim seria como Manning (2007) descreve: não tem ideias ou opiniões próprias; apenas se ajusta (como um camaleão). Quer apenas estar seguro, se adaptar, ser aceito, ser valorizado (...) Ele é famoso por ser um zé-ninguém, o "famoso quem".

Lembro-me de uma pessoa que, após questioná-lo de suas ações, acabou por afirmar: "eu quero é estar de bem com todo mundo". A esse tipo de atitude, quando o "eu" se importa em agradar ao redor, esquecendo-se de quem realmente a pessoa é, MANNING (2007, p. 37), afirma:

Impostores se preocupam com aceitação e aprovação. Por causa da necessidade sufocante de agradar os outros, não conseguem dizer "não" com a mesma convicção que dizem "sim". Assim, fazem das pessoas, dos projetos e das causas extensões de si, motivados não pelo compromisso pessoal, mas pelo medo de não corresponder às expectativas das pessoas.

A esse "eu" corrompido, Manning o chama de "impostor", e acaba for definir:

O impostor é o codependente clássico. Para ser aceito e aprovado, o falso "eu" anula ou disfarça os sentimentos, tornando impossível a honestidade emocional. A sobrevivência do falso "eu" gera o desejo compulsivo de apresentar uma imagem de perfeição diante do público, de maneira que todos nos admirem e ninguém nos conheça. A vida do impostor se transforma numa montanha russa de júbilo e depressão.

Muitos acabam por buscar a sacieis do falso "eu", se envolvendo em experiências externas para dispor de uma fonte pessoal de significado, como por exemplo a busca por dinheiro, poder, glamour, proezas sexuais, reconhecimento e status potencializa a autovalorização e cria a ilusão de sucesso. O impostor é aquilo que ele faz. Ele nos predispõe a dar importância àquilo que não é importante de fato, revestindo de falso brilho o que é menos substancial e nos afastando do que é real. O falso "eu" nos faz viver num mundo de ilusões. O impostor é um mentiroso.

Importante nos atentarmos para o que o apóstolo João, em seu capítulo 10, verso 10, nos afirma: "O ladrão vem para roubar, matar e destruir. Eu vim para lhes dar vida, uma vida plena, que satisfaz"[3].

Esse falso "eu", que age como um "ladrão" faz o possível para impedir que enxerguemos a realidade do vazio que há em nós. Um vazio que pode ser preenchido e saciado pela habitação do Espírito Santo, enviado por DEUS. Não pelas circunstâncias de minha volta, que atraem para uma felicidade momentânea e o meu "eu" continuará em uma busca frenética para alimentar suas necessidades.

Quando o falso "eu" se aproveita de minha preocupação com o externo, acaba por desviar minha atenção de DEUS que habita em mim e, por algum tempo, vem a roubar a alegria que deveria ser gerada pelo Espírito Santo que habita em mim.

Manning (2007) ainda acrescenta que a identidade dos impostores não é resultado apenas de suas conquistas, mas também dos relacionamentos interpessoais. Querem ficar bem com as pessoas de prestígios porque isso potencializa o currículo e o senso de valor próprio.

Quais os tipos de relacionamentos estamos buscando? A quem queremos agradar? João termina a citação de Jesus, quando descreve no decorrer do verso 10: "... Eu vim para lhes dar vida, uma vida plena, que satisfaz".

Faz-se necessário, nos rendermos ao Senhorio de Jesus Cristo, Ele é a pessoa a quem podemos nos relacionar, caso contrário, não se encontrará forças para transformar o nosso "eu impostor", que age e tenta nos destruir o tempo todo, arrastando-nos para baixo, ao ponto da imaturidade, como afirma o apóstolo Paulo.

01.1027.02.0401-03.0605

 
Não estamos aqui para agradar pessoas. Não fomos criados para uma decadência psicológica em função dos outros. Fomos criados para viver em Vida Plena no Senhor.

 

 

REFERÊNCIAS

Bíblia Nova Versão Transformadora. Disponível em: <https://www.bibliaonline.com.br/nvt>. Acessado em: 15 set. 2020.

MANNING, Brennam. O impostor que vive em mim. Tradução de Marson Guedes. 2ªed. São Paulo: Mundo Cristão, 2007.

PETERSON, Heugene H. Bíblia A MENSAGEM em Linguagem Contemporânea. São Paulo: Editora Vida, 2011.



[1] Pastor - redes sociais: @prrobinsonlaraujo - www.vivendoemvidaplena.teo.br

[2] Bíblia: A Mensagem.

[3] Bíblia Nova Versão Transformadora.

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