Robinson
L Araujo[1]
Você
já se pegou perguntando que você é? De fato, em algum momento de nossa
caminhada aqui, paramos para fazer esse tipo de reflexão, ou se não, é
importante que você saiba quem realmente é.
Em um
determinado tempo, após viver uma tortura psicológica em detrimento do serviço,
desencadeando um início de depressão, houve a necessidade de saber quem realmente
eu era. Assumir a minha razão. Deixar de viver o que as pessoas gostariam ou
impunham para que fosse - embora não me rendia por completo - entretanto
buscava agradar da melhor forma.
Realmente
é um processo doloroso, por vezes solitário, porém, somente com uma aproximação
íntima com DEUS, somos capazes de vencer e assumir "quem eu sou",
desprendendo de preocupações em querer agradar pessoas.
Existe
um texto bíblico ao qual busco ancoragem que se encontra em Romanos 12:2[2],
que afirma:
Não
se ajustem demais à sua cultura, a ponto de não poderem pensar mais. Em vez
disso, concentrem a atenção em DEUS. Vocês serão mudados de dentro para fora.
Descubram o que Ele quer de vocês e tratem de atendê-Lo. Diferentemente da
cultura dominante, que sempre arrasta para baixo, ao nível da imaturidade, DEUS
extrai o melhor de vocês e desenvolve em vocês uma verdadeira maturidade.
O que
realmente a cultura quer - nesse caso não a cultura do intelecto ou da arte,
mas a cultura que tenta nos dominar - é fazer com que assumamos um
"eu" que venha de encontro as necessidade da "galera", do
geral, do agradar para que você seja feliz e consiga oportunidade. A pessoa que
age assim seria como Manning (2007) descreve: não tem ideias ou opiniões
próprias; apenas se ajusta (como um camaleão). Quer apenas estar seguro, se
adaptar, ser aceito, ser valorizado (...) Ele é famoso por ser um zé-ninguém, o
"famoso quem".
Lembro-me
de uma pessoa que, após questioná-lo de suas ações, acabou por afirmar:
"eu quero é estar de bem com todo mundo". A esse tipo de atitude,
quando o "eu" se importa em agradar ao redor, esquecendo-se de quem
realmente a pessoa é, MANNING (2007, p. 37), afirma:
Impostores
se preocupam com aceitação e aprovação. Por causa da necessidade sufocante de
agradar os outros, não conseguem dizer "não" com a mesma convicção
que dizem "sim". Assim, fazem das pessoas, dos projetos e das causas
extensões de si, motivados não pelo compromisso pessoal, mas pelo medo de não
corresponder às expectativas das pessoas.
A
esse "eu" corrompido, Manning o chama de "impostor", e
acaba for definir:
O
impostor é o codependente clássico. Para ser aceito e aprovado, o falso "eu"
anula ou disfarça os sentimentos, tornando impossível a honestidade emocional. A
sobrevivência do falso "eu" gera o desejo compulsivo de apresentar
uma imagem de perfeição diante do público, de maneira que todos nos admirem e
ninguém nos conheça. A vida do impostor se transforma numa montanha russa de
júbilo e depressão.
Muitos
acabam por buscar a sacieis do falso "eu", se envolvendo em
experiências externas para dispor de uma fonte pessoal de significado, como por
exemplo a busca por dinheiro, poder, glamour,
proezas sexuais, reconhecimento e status
potencializa a autovalorização e cria a ilusão de sucesso. O impostor é aquilo
que ele faz. Ele nos predispõe a dar importância àquilo que não é importante de
fato, revestindo de falso brilho o que é menos substancial e nos afastando do
que é real. O falso "eu" nos faz viver num mundo de ilusões. O impostor
é um mentiroso.
Importante
nos atentarmos para o que o apóstolo João, em seu capítulo 10, verso 10, nos
afirma: "O ladrão vem para roubar, matar e destruir. Eu vim para lhes dar
vida, uma vida plena, que satisfaz"[3].
Esse
falso "eu", que age como um "ladrão" faz o possível para
impedir que enxerguemos a realidade do vazio que há em nós. Um vazio que pode
ser preenchido e saciado pela habitação do Espírito Santo, enviado por DEUS. Não
pelas circunstâncias de minha volta, que atraem para uma felicidade momentânea
e o meu "eu" continuará em uma busca frenética para alimentar suas
necessidades.
Quando
o falso "eu" se aproveita de minha preocupação com o externo, acaba
por desviar minha atenção de DEUS que habita em mim e, por algum tempo, vem a roubar
a alegria que deveria ser gerada pelo Espírito Santo que habita em mim.
Manning
(2007) ainda acrescenta que a identidade dos impostores não é resultado apenas
de suas conquistas, mas também dos relacionamentos interpessoais. Querem ficar
bem com as pessoas de prestígios porque isso potencializa o currículo e o senso
de valor próprio.
Quais
os tipos de relacionamentos estamos buscando? A quem queremos agradar? João
termina a citação de Jesus, quando descreve no decorrer do verso 10: "... Eu
vim para lhes dar vida, uma vida plena, que satisfaz".
Faz-se
necessário, nos rendermos ao Senhorio de Jesus Cristo, Ele é a pessoa a quem
podemos nos relacionar, caso contrário, não se encontrará forças para
transformar o nosso "eu impostor", que age e tenta nos destruir o
tempo todo, arrastando-nos para baixo, ao ponto da imaturidade, como afirma o
apóstolo Paulo.
01.1027.02.0401-03.0605
Não estamos aqui para agradar pessoas. Não fomos criados
para uma decadência psicológica em função dos outros. Fomos criados para viver
em Vida Plena no Senhor.
REFERÊNCIAS
Bíblia Nova Versão
Transformadora. Disponível em: <https://www.bibliaonline.com.br/nvt>.
Acessado em: 15 set. 2020.
MANNING, Brennam. O impostor
que vive em mim. Tradução de Marson Guedes. 2ªed. São Paulo: Mundo Cristão,
2007.
PETERSON, Heugene
H. Bíblia A MENSAGEM em Linguagem
Contemporânea. São Paulo: Editora Vida, 2011.
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