Robinson
L Araujo[1]
Talvez você acabe por
julgar-me, em referência ao titulo que abordaremos nessa reflexão. Um abuso
provocado pela razão na vida espiritual. Também, não poderei lhe julgar. Foi a
mesma reação que senti ao me deparar com a frase de Paranaguá (2017, p. 21),
quando afirmou: "Obediência Forçada é um estupro espiritual, que subtrai
qualquer alegria".
É importante
que se tenha a definição de estupro, sendo: "Crime que consiste na ação de
forçar alguém a praticar relações sexuais contra a sua própria vontade"[2].
Sendo sinônimo de violação, forçamento.
Geralmente,
o estupro está relacionado e associado ao sexo sem consentimento. Sexo é bom,
quando realizado por pessoas que se entregam, de forma voluntária, explorando
seus hormônios, desejos e prazeres. É consensual, é a soma de dois em um. Não age
de maneira violenta ou agressiva, surge do desejo intimo de cada um.
Já o
estupro é algo forçado, geralmente cometido por violência e podendo acontecer
não somente com pessoas desconhecidas, mas também, com pessoas próximas e até
mesmo com aquelas que se mantém um relacionamento sexual ativo. Passando do
limite do consentimento mútuo. Quando ocorre, ao invés de prazeres: repúdio,
dor, sofrimento, constrangimento e até mesmo culpa.
Mas,
seria possível existir a "ameaça", o "forçamento"
espiritual, ao ponto de se tornar em um "estupro", retirando a
alegria que deveria estar na alma/espírito, substituindo pela tristeza, peso,
medo, incapacidade...? Para que possamos começar a entender a gravidade de tal
ação, faz-se necessário que cheguemos a Abraão e Sara.
Em primeiro
lugar, vamos a promessa, Gênesis 12:1-4:
1. O Senhor tinha dito a Abrão: “Deixe
sua terra natal, seus parentes e a família de seu pai e vá à terra que eu lhe
mostrarei. 2. Farei de você uma grande nação, o abençoarei e o tornarei
famoso, e você será uma bênção para outros. 3. Abençoarei os que o
abençoarem e amaldiçoarei os que o amaldiçoarem. Por meio de você, todas as
famílias da terra serão abençoadas”. 4. Então Abrão partiu, como o
Senhor havia instruído, e Ló foi com ele. Abrão tinha 75 anos quando saiu de
Harã.
DEUS surpreende e escolhe Abrão, um homem de
setenta e cinco anos, informando-lhe que por meio dele, formaria uma nação e
que seria uma benção para os outros, incluindo às famílias da terra.
Uma
observação importante é que ele já tinha 75 anos, uma pessoa que provavelmente
esteja sem possibilidades de satisfação sexual, principalmente naquela época em
que a medicina era limitada, não havendo reposição hormonal, pílula "azul",
ou algo que provocasse o apetite sexual em Abrão.
Abraão
não tinha filhos, em Gênesis 15:2, ele responde ao Senhor, dizendo: " Abrão, porém, respondeu: “Ó
Senhor Soberano, de que me adiantam todas as tuas bênçãos se eu nem mesmo tenho
um filho? Uma vez que não me deste filhos, Eliézer de Damasco, servo em minha
casa, herdará toda a minha riqueza. E no verso 4, o Senhor lhe afirma: "
O Senhor lhe disse: “Não, não será esse o seu herdeiro; você terá seu próprio
filho, e ele será seu herdeiro”.
Já no capítulo 16 de Gênesis, o homem
tenta ajudar a DEUS, impedindo que o sobrenatural acontecesse e agindo de forma
carnal e humana. No verso 1 e 2, está escrito: "O Senhor lhe disse: “Não,
não será esse o seu herdeiro; você terá seu próprio filho, e ele será seu
herdeiro”. Sarai disse a Abrão: “O Senhor me impediu de ter filhos. Vá e
deite-se com minha serva. Talvez, por meio dela, eu consiga ter uma família”.
Abrão aceitou a proposta de Sarai".
Sarai, uma mulher estéreo, já em sua
velhice, procura uma solução humana para a benção Divina, aquela "mãozinha"
que o homem sempre tenta dar a DEUS. Ela sabia que não poderia dar a luz em
virtude de problemas em seu corpo, sendo assim, oferece sua "criada"
- naquela época, a mulher não sendo fértil, poderia conceder a seu marido, uma criança
através de sua criada - e Abrão, não sendo bobo, aceita, pois, talvez ainda lhe
restasse um pouco de "prazer". Fato que, com 86 anos, Hagar gera um
filho para Abrão e batizam-no de Ismael, registrado no verso 16.
Mas, não é desta maneira que DEUS age na
vida do homem, principalmente quando há uma promessa. DEUS age no sobrenatural,
quando o homem não pode fazer. Como explicar um ato sexual se você nunca
experimentou? Como relatar seus prazeres
e emoções se nunca aconteceu? Lembre-se que, se formos forçados a experimentar,
deixa-se o consensual, partindo-se para o cometimento do "estupro".
Quando o Senhor quer que experimentemos
de seus "prazeres", desejos, transportando-nos além das sensações que
já experimentamos, Ele usa de seus métodos e toma por completo, envolvendo a
pessoa de forma sobrenatural e dócil.
No capítulo 17, verso 1 do livro de
Gênesis, afirma que: "Quando Abrão estava com 99 anos, o Senhor lhe
apareceu e disse: “Eu sou o Deus Todo-Poderoso. Seja fiel a mim e tenha uma
vida íntegra". DEUS chega ao homem, não importando a idade e nem às
condições, sejam elas quais forem. O Senhor, novamente aparece a Abrão e lhe
disse aos 99 anos de idade que ele seria pai de uma grande nação e a sua benção
não estava no filho gerado pela natureza humana e sim pela sobrenatural graça na
natureza humana.
Com certeza, aos 99 anos, Abrão realmente
não teria possibilidades de gerar um filho. Quando lemos o verso 6 do capítulo
17, o Senhor afirma a Abrão: " Eu o tornarei extremamente fértil. Seus
descendentes formarão muitas nações, e haverá reis entre eles".
Olhando Sarai, sua mulher que era estéril e agora, com 90 anos, Abrão acaba
rindo de DEUS, vejamos: " Abraão se prostrou com o rosto no chão e riu
consigo. Pensou: “Como eu, aos 100 anos, poderia ser pai? E como Sara, aos 90
anos, teria um filho?”. Algo impossível que para DEUS torna-se possível.
Tudo começa com uma aliança, um início,
um marco, como no casamento. DEUS muda o nome deles e passam a se chamar Abraão
e Sara. No capítulo 21 de Gênesis, DEUS cumpre a Sua promessa, vejamos os
versos de 1 a 3: "1. O Senhor agiu em favor de Sara e cumpriu o que lhe
tinha prometido. 2. Ela engravidou e
deu à luz um filho para Abraão na velhice dele, exatamente no tempo indicado
por Deus. 3. Abraão deu o nome Isaque ao filho que Sara lhe deu".
Os prazeres advindos por meio do Espírito Santo de DEUS é
algo sobrenatural, que a mente humana não pode explicar, ele sente e quer mais,
comparado a um "orgasmo". Você não pode obrigar a pessoa a sentir os
prazeres de um "orgasmo", mas, mutuamente em reciprocidade com o
Espírito que o conduzirá.
Ainda Paranaguá (2017, p. 20), afirma-nos: "Faz-se
necessário o saber discernir o que é alegria advinda de um espírito liberto e o
riso promovido por uma alma com cócegas. A alegria dos santos de DEUS é graça
sobre graça, alegria dos justos morais é apenas por gracejo".
O discernimento é pessoal. É aqui onde quero que você
entenda o título que estamos discorrendo. É pasmo quando pessoas querem que
você sinta o desejo/prazer que elas estão sentindo. O prazer é pessoal, o
alcançar o ponto "G" é divino. Muitos gritam, outros se retraem,
existem aqueles que somente fecham os olhos e sentem o inexplicável.
Alguns se colocam como julgadoras de que se faz necessário
o "grito" ou "movimentações provocadas" pela aclamação e
determinação, para que você mostre que DEUS se faz presente em sua vida. É preciso
ter cuidado com uma vida justa. Ser reto, moralmente, não significa ser alguém
que foi justificado.
Somos estuprados espiritualmente quando a pessoa, pelo seu
prazer individual, obriga-nos a sentir o "gozo" do Espírito. O Apóstolo
Paulo, chama nossa atenção e deixa bem claro as diferenças, conforme Gálatas 5:16-25,
vejamos:
16. Por isso digo: deixem que o Espírito
guie sua vida. Assim, não satisfarão os anseios de sua natureza humana. 17.
A natureza humana deseja fazer exatamente o oposto do que o Espírito quer, e o
Espírito nos impele na direção contrária àquela desejada pela natureza humana.
Essas duas forças se confrontam o tempo todo, de modo que vocês não têm
liberdade de pôr em prática o que intentam fazer. 18. Quando, porém, são
guiados pelo Espírito, não estão debaixo da lei. 19. Quando seguem os
desejos da natureza humana, os resultados são extremamente claros: imoralidade
sexual, impureza, sensualidade, 20. idolatria, feitiçaria, hostilidade,
discórdias, ciúmes, acessos de raiva, ambições egoístas, dissensões, divisões,
21. inveja, bebedeiras, festanças desregradas e outros pecados semelhantes.
Repito o que disse antes: quem pratica essas coisas não herdará o reino de Deus.
22. Mas o Espírito produz este fruto: amor, alegria, paz, paciência,
amabilidade, bondade, fidelidade, 23. mansidão e domínio próprio. Não há
lei contra essas coisas! 24. Aqueles que pertencem a Cristo Jesus
crucificaram as paixões e os desejos de sua natureza humana. 25. Uma vez
que vivemos pelo Espírito, sigamos a direção do Espírito em todas as áreas de
nossa vida.
Quero reafirmar o que o verso 25 nos falou: "Uma vez
que vivemos pelo Espírito, sigamos a direção do Espírito em todas as áreas de
nossa vida". Somos nascidos de novo. O novo Nascimento nos proporciona uma
nova realidade, uma vida que não possui conexão terrena e sim espiritual.
Passa-se a ser dirigido pelo Espírito Santo de DEUS e não podemos ser levados
ou obrigados a vivenciar algo que alguém determina sobre minha vida. É pessoal!
É prazeroso! É Bom! É Perfeito.
Quando voltamos a Abrão e Sarai e, passamos a obedecer aos
desejos terreno, tentando ajudar naquilo que seria Divino, acabamos provocando
o erro, como no caso deles, trouxe-nos o fruto das guerras. Quando obedecemos
aos desejos espirituais e deixamos DEUS agir em nosso coração e mente, passamos
a viver de uma forma extraordinária.
Desfrute do melhor de DEUS...
Viva em Vida Plena.
BIBLIOGRAFIA
Bíblia Sagrada, Nova Versão
Transformadora. Disponível em: <https://www.bibliaonline.com.br/nvt>.
Acessado em 24 set 2019.
PARANAGUÁ, Glenio Fonseca.
Na escola do discernimento. Londrina: IDE, 2017.
[1]
Pastor. E-mail: robinson.luis@bol.com.br
[2]
Disponível em: <https://www.dicio.com.br/estupro/>. Acessado em: 24 set
2019.
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