Robinson
L Araujo[1]
INTRODUÇÃO
Vive-se
uma modernidade capitalista que, diferente dos ensinamentos do Mestre Jesus
Cristo, a igreja acaba implantando para dentro de si, por intermédio de alguns
de seus pregadores. Pregadores esses que destoam da verdade do Evangelho,
impulsionados pela fácil riqueza advinda da doação dos fieis e simpatizantes.
Pregadores
que levantam montantes de dinheiros a custa de fieis, que em sua maioria, são
pessoas simples. Carros de luxo e por vezes blindados, enquanto fiéis andam a
pé; jatinhos; empresas; mansões e todo o tipo de ostentação em nome de DEUS, como
aparente requisito para uma vida eterna na presença de DEUS.
É fato
que a Bíblia Sagrada, sendo a Palavra de DEUS, inspirada por meio do Espírito
Santo aos homens, relata em textos a necessidade de se dar, ou melhor, de se
entregar o dízimo ao Senhor, dentro de Sua casa. Não se poderá discordar do
dízimo. Porém, seria da maneira que tem sido pregado?
A intenção
não será de se aprofundar no propósito do dizimo nessa pequena reflexão. O que
se pretende tratar é se a proclamação do Evangelho deve ser pago, ou comprado. O
que se deve fazer, antes de qualquer coisa, é buscar orientação dos céus e não
se apegar as ameaças que são lançadas pela falta de se dar.
1. SOMOS COMISSIONADOS
É fato,
para que o Evangelho possa ser anunciado e propagado, existe a necessidade de
dinheiro, pois, sem dinheiro é difícil se fazer algo em nossos dias. Mas, o
Senhor Jesus, por meio de Seus discípulos, comissionou a todos aqueles que o
aceitarem e estiverem dispostos a levarem Sua Palavra.
Vejamos
o que Lucas 9:1-5 acaba por afirmar:
Jesus
convocou os Doze e deu a eles autoridade e poder sobre os demônios e as
doenças. Ele os chamou para pregar as boas notícias do Reino de Deus e curar os
doentes. E os aconselhou “Não pensem que precisarão de muito equipamento para
cumprir a missão. Sejam simples. Vocês são o equipamento. Nada de hospedagem de
luxo. Hospedem-se num lugar simples e contentem-se com isso. Se não forem bem
recebidos, deixem a cidade. Não façam cena. É hora de dar de ombros e continuar
o caminho”. (Bíblia - A Mensagem).
Diferentemente
da maneira que Jesus ensinou, é possível que se veja pregadores que cobram valores
astronômicos para levarem a Palavra de DEUS por meio da pregação, congressos,
conferências. Cantores "gospel"
que exigem somas de dinheiro para poder "louvar a DEUS". É possível
até mesmo lembrar-se de certo cantor evangélico, quando ameaçou em uma cidade
que estava "a louvar a DEUS" de não subir no palco, caso o restante
do valor cobrado não fosse depositado em sua conta.
Mateus
10:11, alerta: “Quando entrarem numa cidade ou numa vila, não procurem nenhuma
hospedagem de luxo. Consigam um lugar simples, onde haja pessoas simples: não
queiram mais do que isso'. (Bíblia - A Mensagem).
Claro
que as pessoas precisam de dinheiro para sobreviver, que os tempos atuais são
diferentes do que Jesus viveu. Porém, é preciso que se analise o que é
necessidade e o que é vantagem.
A missão
da Igreja - cada membro, não importando a denominação - é levar o Evangelho,
curar doentes, expulsar demônios, levar vida onde a morte domina. O alerta dEle
é que não tirem proveito da situação ou oportunidade. Sejam simples e contentem-se.
Mateus,
um dos discípulos de JESUS, em seu livro, no capítulo 10, nos versos de 5-8,
acaba por ainda afirmar:
Jesus
enviou os doze trabalhadores com esta responsabilidade: “Para converter quem
não crê, não comecem viajando para longe. Não tentem ser dramáticos, travando
batalhas contra algum inimigo público. Procurem os perdidos, os que se sentem
confusos aqui mesmo na vizinhança. Digam-lhes que o Reino já está aqui. Levem
saúde para os doentes. Ressuscitem os mortos. Toquem os que são considerados
imundos. Expulsem demônios. Vocês são tratados com generosidade, por isso vivam
generosamente. (Bíblia - A Mensagem).
Muitos
querem pregar o Evangelho nos mais distantes países, deixando de fazê-lo em sua
própria rua, bairro, cidade, estado, país e confins. O problema é pregar aquilo
que não se vive e, quando se faz onde as pessoas são conhecidas, acaba o
discurso não sendo verdadeiro com a prática.
Quando
se está longe e se é intitulado "missionário", acaba por aparentar um
aspecto de superioridade para aqueles que não foram. Não se pode afirmar que é
atitude de todos aqueles que se empenham em levar o Evangelho para outros
lugares. Muitos pagam com a própria vida por terem ido.
De fato,
é preciso atentar-se a recomendação de Jesus: "... procurem a
vizinhança".
2. O PREÇO QUE SE PAGA EM LEVAR/ANUNCIAR
O EVANGELHO
Jesus
foi fantástico em Suas colocações, não restando dúvidas de que ele realmente é
o Filho do DEUS vivo. O seu discurso era compatível com a Sua maneira de viver.
Embora sendo de uma família de pessoas influentes "carpinteiro" - uma
profissão reconhecida e exercida por pessoas capazes - Ele se abdicou e
tornou-se uma pessoa simples e não aproveitando do fato de ser o Filho de DEUS,
o Rei.
Optou
por uma caminhada penosa e alertou a todos aqueles que quisessem segui-Lo, dizendo
que pagaria um preço podendo custar à própria vida. Mateus 10:16-23, Ele
afirma:
Mantenham-se
alerta. Eu os estou incumbindo de um trabalho perigoso. Vocês serão como
ovelhas correndo no meio de um bando de lobos, portanto não chamem atenção para
vocês. Sejam espertos como a serpente, mas inofensivos como as pombas.
“Não
sejam ingênuos. Alguns irão contestar as motivações de vocês; outros tentarão
manchar sua reputação — só porque vocês creem em mim. Não fiquem deprimidos se
forem levados perante as autoridades civis. Sem saber, eles fazem a vocês — e a
mim — um grande favor, dando-lhes um palanque para pregar as novas do Reino! E
não se preocupem com o discurso. As palavras certas serão ditas. O Espírito do
Pai de vocês irá providenciá-las.
Quando
o povo perceber que é o Deus vivo que vocês apresentam, não algum ídolo que os
faça sentir-se bem, eles irão se voltar contra vocês, até mesmo membros da
família. Aqui está uma grande ironia: proclamar tanto amor e experimentar tanto
ódio. Mas não desistam. Não se deixem abater. No final, valerá a pena. Vocês
não estão perseguindo o sucesso, mas apenas tentando sobreviver. Sejam
sobreviventes! Antes que se esgotem as opções, o Filho do Homem estará de
volta. (Bíblia - A Mensagem).
De fato,
pessoas não querem ouvir de seus pecados ou que estão erradas e precisam de
arrependimento. O Evangelho é transformação de vida e, quando se cobra valores
para a Sua propagação, a acusação do pecado acaba-se por deixar de lado e
fala-se daquilo que as pessoas querem ouvir, satisfazendo suas necessidades
momentâneas e perecendo a eterna.
Quando
o Evangelho é pregado pelo prazer de se ver vidas sendo transformadas, não pela
necessidade de satisfazer os "egos" pessoais, o céu entra em festa e
as portas do inferno são estremecidas.
3. O MESTRE É O EXEMPLO
Sendo
Jesus Cristo o Mestre, é necessário que se abdique dos interesses particulares
em nome dEle, para que Ele assuma o comando da vida e conduza os passos no
Evangelho e sua proclamação. Mateus 10:24-25, afirma:
O
aluno não ocupa uma posição mais elevada que a do professor. O empregado não
ganha mais que o patrão. Portanto, deem-se por satisfeitos quando vocês, meus
alunos, meus trabalhadores na colheita, receberem o mesmo tratamento que eu
recebi. Se a mim, que sou o Mestre, eles chamam ‘demônio das moscas’, o que os
criados podem esperar? (Bíblia - A Mensagem).
Não
diferente daquela época, Jesus continua a falar nos tempos atuais. Sua Palavra
é atualíssima, cabe a todos no presente século e, acaba por trazer a seguinte
recomendação expressa em Lucas 9:23-26, quando alerta:
Falou
também do que os aguardava: “Quem quiser seguir-me tem de aceitar minha
liderança. Quem está na garupa não pega na rédea. Eu estou no comando. Não
fujam do sofrimento. Abracem-no. Sigam-me, e mostrarei a vocês como agir.
Autoajuda não é ajuda, de jeito nenhum. O auto sacrifício é o caminho —
o meu caminho — para que vocês descubram sua verdadeira identidade:
Qual é a vantagem de conquistar tudo que se deseja, mas perder a si mesmo? Se
algum de vocês tiver vergonha de mim e do caminho pelo qual os conduzo, o Filho
do Homem irá envergonhar-se de vocês quando voltar em sua glória com o Pai e os
santos anjos.. Lucas 9:23-26 (Bíblia - A Mensagem).
O
preço para a proclamação da Mensagem do Senhor é esse afirmado pelo próprio
Mestre, não existe outro. Não é por luxúria, é por dificuldades. Não se afirma
que deva existir o voto de pobreza, não é o que se afirma. É preciso coerência
em não querer ser mais que Jesus Cristo. Como dono de tudo, deixou a sua
Majestade, servindo pessoas.
FINALIZANDO
Pode-se
discorrer em breves palavras o exemplo de Jesus Cristo. Ao invés de se
aproveitar das pessoas, Ele serviu e comissionou Sua Igreja a fazer o mesmo. Em
Mateus 10:9-10, Ele ainda afirma:
Não
pensem que será preciso iniciar uma campanha para levantar fundos antes de
começar. Não será necessário muito equipamento. Vocês são o
equipamento. Tenham em mente que tudo de que precisam são três refeições por
dia. Não carreguem muito peso na viagem. (Bíblia - A Mensagem).
Não existe
necessidade de somas elevadas de dinheiros, o que se precisa de fato é ser
instrumento nas mãos do Senhor. Ele mesmo afirmou: "Vocês são o
equipamento".
O
Evangelho é poder e libertação! Sendo assim, a própria Igreja precisa se
libertar dos oferecimentos que o mundo pós-moderno tem trazido para dentro de
si. O recurso financeiro é necessário, com o propósito de abençoar pessoas
necessitadas e não enriquecimento de outras.
Que a
palavra seja Rhema na vida de cada
leitor.
BIBLIOGRAFIA
PETERSON,
Eugene H. A Mensagem: Bíblia em
linguagem contemporânea, supervisão exegética e teológica Luiz Sayão. São
Paulo: Editora Vida, 2011
Nenhum comentário:
Postar um comentário