sábado, 5 de abril de 2025

FAZ-SE NECESSÁRIO VIVENCIAR O AMOR ÁGAPE


                                         Imagem disponível em: <https://br.pinterest.com/pin/588845720031068425/>. Acesso em: 04 abri. 2025.
 

FAZ-SE NECESSÁRIO VIVENCIAR O AMOR ÁGAPE

Robinson L Araujo


Que amor é esse? Com o que ele se parece?

Segundo (KRAYBILL, 2017), o amor Ágape flui do Rei do reino. Se torna o novo modelo de governar. Sendo uma palavra grega, significa ‘amor incondicional’. Totalmente altruísta, supera paixão, amizade e benevolência, superando até mesmo o interesse próprio. Vai além de um sentimento altruísta - ele age – Ele ama aqueles que não são amáveis, até mesmo inimigos. Compaixão, generosidade, perdão, misericórdia – são a essência do Ágape.

Diante das características que devem acompanhar o amor Ágape, quero convidar você para fazermos uma reflexão em cima do, sendo: A Parábola do Filho Pródigo, em Lucas 15:11-32.

Nessa parábola, Jesus conta uma história para esclarecer o amor de DEUS. No enredo DEUS, pecadores e fariseus são retratos na história por um pai, um filho fugitivo e um irmão queixoso.

Assim, vemos um filho mais novo que, conforme costume judeu, tinha direito a um terço da propriedade de seu pai, que seria recebido por testamento na morte do pai ou, em vida por doação do pai, podendo usufruir somente após sua morte. Sendo uma forma de honrar o pai, na velhice, cuidando financeiramente dele. Não lhe era permitido esbanjar o que fora dado por seu pai em vida, enquanto ele tivesse vivo.

Diante de sua ânsia pela herança, acaba por violar alguns costumes culturais, como: Ele exige sua parte da propriedade antes da morte de seu pai – v.11, “quero a minha herança agora mesmo”; ele deixa e casa de seu pai e vai para outro lugar, esbanjando tudo que recebera, desprovendo assim, da possibilidade em ajudar seu pai na velhice, honrando-o com o próprio recurso de seu pai; com essa atitude, acaba tornando-se uma pessoa rude, tratando seu pai como estivesse morto – v.13, "Alguns dias depois, o filho mais jovem arrumou suas coisas e se mudou para uma terra distante, onde desperdiçou tudo que tinha por viver de forma desregrada”.

Após gastar toda a herança, ele passa a cuidar de porcos, mas não somente a cuidar de porcos, como também a se identificar com os mesmos quando, deseja se alimentar com alimentos que os animais recebiam, sendo um insulto cultural – v. 15-16, “Convenceu um fazendeiro da região a empregá-lo, e esse homem o mandou a seus campos para cuidar dos porcos. Embora quisesse saciar a fome com as vagens dadas aos porcos, ninguém lhe dava coisa alguma”. Além do trabalho ser proibido na cultura judaica, por serem os porcos imundos, eram considerados a própria morada dos demônios.

Agora, imagina a vergonha daquele pai! Vejamos o que (KRAYBILL, 2017, p. 243) nos informa:

Os escribas da aldeia seguramente zombavam dele. Por que, em primeiro lugar, ele, de forma tola, entregou a propriedade a seu filho sendo tão jovem? Os vizinhos devem ter desprezado o velho com gargalhadas. O filho tinha destruído a reputação, a estima e a honra de seu pai. Que vergonha! Esse pai jamais estaria novamente apto para a liderança na sinagoga.

Com certeza, aquele pai teria todas as ‘cartas nas mangas’ para se vingar do filho rebelde e desprovido de amor e sentimentos para com seu pai e família. Diante de um filho egoísta, tinha todo o direito de repudiar o filho, demonstrando ainda sua autoridade diante daqueles que acompanharam tal ato e acabavam criando fofocas.

Mas, não é isso que vemos. Esse pai era diferente dos costumes judaicos. Por um filho, ele passa a quebrar toda a rigidez da lei, ora escrita, ora falada. Não se preocupa com que as pessoas comentam! (KRAYBILL, 2017, p. 243), assevera-nos:

Porém, não este pai. Ele não se defende. Ele não retalia para proteger seu status social. Ele não corre atrás do filho com um grupo de busca. Ele dá a seu filho a liberdade de ir. Seu amor por seu filho é maior do que a própria necessidade de aprovação social. Além disso, espera pacientemente que seu filho volte. Ele nunca se esquece dele. Ele vai até o caminho todos os dias – esperando, observando, com esperança e expectativa.

Em meio a seus conflitos internos, sabendo de tudo o que poderia ocorrer com ele, o filho, no meio dos porcos, lembra de como era sua vida na casa de seu pai. Ele finalmente percebe a estupidez de seus caminhos e volta. Mas não volta tranquilo, esperava o pior. Como seu pai agiria depois de tamanha desonra? Os conflitos turbilhoavam em sua mente. Mesmo diante de tudo o que poderia acontecer, decidiu ir confessando seus erros, imploraria a seu pai, ao menos, fazê-lo como um simples servo. Seria uma vida bem melhor do que estava vivendo! – v. 17, "Quando finalmente caiu em si, disse: ‘Até os empregados de meu pai têm comida de sobra, e eu estou aqui, morrendo de fome”.

Do outro lado, aquele pai, como judeu, poderia dar várias respostas para aquele filho rebelde, chamuscado de esterco de porcos, imundo fisicamente e culturalmente pela Lei. Tinha o direito de bater à porta na cara do filho. Poderia ter inúmeras reações, por honra e por estar protegido diante da lei. Afinal de contas, a desonra estava sobre o filho e não sobre ele.

De forma contrária as soluções justas e de senso comum, aquele pai vê seu filho retornando. É movido por compaixão, parecendo um tolo, acolhe o rebelde em casa, estendo um tapete vermelho para seu filho, por cada regra quebrada, conforme exemplifica (KRAYBILL, 2017, p. 244), vejamos:

1.    Ele não espera que o filho bata. Sua compaixão o obriga a correr – v. 20, "Então voltou para a casa de seu pai. Quando ele ainda estava longe, seu pai o viu. Cheio de compaixão, correu para o filho...”. Era considerado indigno que uma pessoa mais velha corresse. O pai não tinha ideia do que o filho diria. Correr para ele certamente assinalaria o endosso de seus vícios;

2.    Então o pai abraça o menino – v. 20, “... o abraçou”, quebrando outra regra de etiqueta social. Abraçar era uma vergonha para uma pessoa idosa. Ele estava recebendo um filho rebelde, coberto de esterco;

3.    Um beijo – v. 20, “... e o beijou”. O símbolo bíblico de perdão. O pai zera a conta. Ele recebe seu filho de volta do chiqueiro, não como escravo, não como empregado contratado, mas como um filho – v. 24, “pois este meu filho estava morto e voltou à vida. Estava perdido e foi achado!...”;

4.    O próximo sinal de boas-vindas anuncia o filho como um convidado de honra. A melhor túnica é colocada em torno dele – v. 22, "O pai, no entanto, disse aos servos: ‘Depressa! Tragam a melhor roupa da casa e vistam nele”. Esta bela roupa era uma marca de alta distinção. Estava reservado para os convidados reais, não para os filhos desobedientes;

5.    O filho recebe uma aliança que simboliza a autoridade – v. 22, “Coloquem-lhe um anel no dedo”. Ele não retorna como um merecedor de liberdade condicional e estigmatizado, mas como alguém digno de poder e prestígio;

6.    Os sapatos que os servos colocaram em seus pés – v. 22, “...e sandálias nos pés”, também sinalizava seu alto status. Os homens livres usavam sapatos. Escravos andavam descalços. Este filho recuperado retornaria como uma pessoa livre. Os servos iriam servi-lo;

7.    Um bezerro gordo foi morto – v. 23, “Matem o novilho gordo”. Carne de gado era reservada para ocasiões especiais. O filho, que ontem comia com porcos, hoje tem bife no jantar;

8.    Não se ouve o som de chicote. Em vez disso, ouve-se a música e os dançarinos se apresentam – v. 23, “Faremos um banquete e celebraremos”. É hora de celebrar a ressurreição de um filho morto. Um pecador voltou para casa. Vamos festejar! (versos acrescentados).

 

Um pai surpreende a todos com a sua decisão de restituir – em seu caso ele nunca destituiu - a filiação para com um rebelde. Acreditando que todos ficariam felizes com a volta de seu filho, é assombrado com a fúria de outra pessoa que ele amava, que seria o herdeiro de dois terços de suas posses, o filho mais velho.

Os barulhos da festa surpreendem o filho mais velho quando ele retorna da labuta no campo naquela noite. Rapidamente pergunta – v. 25-27, “Enquanto isso, o filho mais velho trabalhava no campo. Na volta para casa, ouviu música e dança, e perguntou a um dos servos o que estava acontecendo. O servo respondeu: ‘Seu irmão voltou, e seu pai matou o novilho gordo, pois ele voltou são e salvo”! o insensato perdão do pai passa a ser ultrajante para ele

Uma festa para um bastardo? Como assim? Realmente meu pai deve estar louco! Passa a exigir de seu pai justiça e equidade, lamentando-se pela falta de reconhecimento por tudo aquilo que seu trabalho representava. Além, de ser um filho obediente, justo, respeitador e que não degradara os bens de seu pai que, mais tarde lhe pertenceria. Já não é seu irmão, como afirmara ao pai - v. 30, “mas quando esse seu filho volta...”, decidindo não participar da festa – v. 28, “O irmão mais velho se irou e não quis entrar. O pai saiu e insistiu com o filho”. Como os escribas e fariseus, ele se recusa a participar da festa, deixa de fazer parte do ‘gozo’ que pairava sobre o lar. Algo surreal para aquele lugar.

Assim é DEUS! Alguém surreal. Ele perdoa quando há arrependimento. Como aquele pai judeu, que não comia carne de porco por ser um alimento impuro, abre os braços e recebe seu filho impuro, aliado aos porcos, substituindo o impuro por algo puro, carne de gado. Ao invés de espancar o filho por seus atos perniciosos, o eleva ao mais respeitado lugar, convidado de honra.

Este é o amor de DEUS para conosco! Muitas vezes nos julgamos melhores do que os outros, como o filho mais velho, acabamos repudiando nosso semelhante por seus atos, que a nosso ver, os fazem impuros pois, afinal de contas, nós somos melhores.

Faz-se necessário a mudança de atitude de nossa parte. Agirmos como DEUS age, por um amor ilimitado, incondicional, sem amarras, transpirando a essência da natureza de DEUS – amor Ágape.

 

 

 

REFERÊNCIAS

Bíblia Nova Versão Transformadora. Disponível em: <https://www.bibliaonline.com.br/nvt/lc/15>. Acesso em: 05 abr. 2025.

KRAYBILL, Donald B. O Reino de Ponta Cabeça. Bragança Paulista/SP: Mensagem para todos, 2017. 


quarta-feira, 28 de agosto de 2024

A IGREJA ATUAL E A IGREJA IDEAL - Para o Ministério de Jovens

 



A IGREJA ATUAL E A IGREJA IDEAL

Para o Ministério de Jovens

 

Robinson L Araujo[1]

Existe uma missão dada por DEUS a Igreja, onde os mais jovens também fazem parte, não como seu futuro promissor, mas como presente, sendo: fechar as portas do inferno na terra. A afirmação pode ser encontrada em Mateus 16:18, que diz: “Pois também Eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra Ela[2] e, para isso, precisamos fechar primeiramente as portas do inferno que ora, estão em nosso meio.

Entretanto, você pode perguntar: que possíveis portas seriam essas que carecem ser fechadas com a finalidade de aniquilar a ação do nosso maior inimigo, o diabo?

Cabe salientar que portas são passagens que podem estar abertas ou fechadas. Todavia, portas do inferno podem ser consideradas como brechas, abertas por nós, proporcionando legalidade para entrada do mal e de ações propostas por espíritos do inferno em nosso meio. São atitudes com as quais convivemos, sendo algumas delas descritas pelo Apóstolo Paulo em Gálatas 5:19-21, vejamos:

19. As coisas que a natureza humana produz são bem-conhecidas. Elas são: a imoralidade sexual, a impureza, as ações indecentes, 20. a adoração de ídolos, as feitiçarias, as inimizades, as brigas, as ciumeiras, os acessos de raiva, a ambição egoísta, a desunião, as divisões, 21. as invejas, as bebedeiras, as farras e outras coisas parecidas com essas. Repito o que já disse: os que fazem essas coisas não receberão o Reino de Deus[3].

A proposta de Jesus Cristo para a Sua Igreja, é coloca-la assentada em lugares celestiais com Ele, quando nos fala: “Pois Ele nos ressuscitou com Cristo e nos fez sentar com Ele nos domínios celestiais, porque agora estamos em Cristo Jesus[4]”.  (Efésios 2:6) – A Igreja Ideal.

De fato, estamos inseridos em uma luta, que não podemos ver, porém sentimos. Age sobre pressão, tentando nos derrubar e devorar, diferentemente da materialidade a qual nossos olhos terrenos enxergam, chamado de mundo físico, possuidor de carne e sangue, podendo ser destruído e aniquilado com armas aferidas contra o inimigo. Por outro lado, é uma luta no reino invisível, a qual recebe o nome de “reino das trevas”, tendo como inimigo principal Lúcifer, com seus demônios e espíritos destruidores.

De certa forma o Apóstolo Paulo nos chama atenção, advertindo que a nossa luta não é contra a carne ou o sangue, mas contra os principados e potestades, vejamos Efésios 6:10-12 na Bíblia A Mensagem:

Para encerrar, lembro que Deus é forte e quer que vocês sejam fortes. Tomem tudo que o Senhor providenciou para vocês — armas eficazes, feitas com o melhor material. Vocês terão de usá-las se para sobreviver às emboscadas do Diabo. Não se trata de um jogo com amigos no fim de semana, uma diversão esquecida em poucas horas. É um estado de guerra permanente, uma luta de vida ou morte contra o Diabo e seus anjos.

Em contrapartida, esta não é nossa realidade atual, pois hoje somos bem “pés no chão”, estamos cogitando das coisas dos homens, lutando contra as tentações, os pecados e os desejos carnais. A igreja bíblica não ama o mundo, conforme I João 2:15 nos adverte: “Não amem este mundo, nem as coisas que ele oferece, pois, quando amam o mundo, o amor do Pai não está em vocês”4. Nós, porém, estamos completamente envolvidos por ele – A Igreja Atual.

Mas é muito fácil ficar criticando e falar mal da igreja, que gostaria de estar na Igreja Ideal, somando a Igreja Atual. Neste contexto atual, muitos não conseguem enxergar a mínima possibilidade de mudança histórica na igreja e se acomodam, deixando que a vida os leve. Em Lucas 18:8, o Senhor nos adverte: “Eu afirmo que Ele lhes fará justiça, e rápido! Mas, quando o Filho do Homem voltar, quantas pessoas com fé Ele encontrará na terra?"4.

Qual mudança estou propondo a começar na minha vida, como maneira de falar, me portar, fazer para que consiga sair no atual e entrar na ideal? Muitas vezes, achamos que basta se mudar de igreja para se estar a ideal. Enganoso pensar!

Não à toa, o profeta Isaías 22:13, chama-nos atenção:

O Senhor, o Senhor dos Exércitos de Anjos, os convocou naquele dia. Ele chamou vocês para um dia de lágrimas de arrependimento, para se vestirem com roupas de luto. Mas o que vocês fizeram? Uma festa! Comem, bebem e dançam nas ruas! Assam touros e ovelhas e fazem uma grande algazarra, embalados por churrasco à vontade e barris de cerveja. “Aproveitem o dia! Comam e bebam! Amanhã estaremos mortos!” – (Bíblia A Mensagem).

O Apóstolo Paulo faz referência ao texto de Isaías, quando disse: “E, se não haverá ressurreição dos mortos, de que me adiantou ter lutado contra feras, isto é, aquela gente de Éfeso? Se não há ressurreição, "comamos e bebamos, porque amanhã morreremos!", (I Coríntios 15:32).

Se quisermos uma igreja fria, sem vida e moldada aos prazeres do mundo, onde a porta está aberta e adornada para receber aqueles que se rendem a seus caprichos, basta conformar na estagnação. Mas, existe a possibilidade de se trabalhar para uma Igreja Ideal. Diante disso, Derek Prince[5] falou bem sobre a igreja atual e a ideal:

Existem duas coisas: o atual e o ideal. Ser maduro é ver o ideal e viver com o atual. Fracassar é aceitar o atual e rejeitar o ideal; Aceitar somente o ideal e recusar o atual é imaturidade. Não critique o atual porque viu o ideal; Não rejeite o ideal porque você vê somente o atual. A maturidade é viver com o atual, mas sem perder de vista o ideal.

Como queremos nos portar, maduros ou fracassados? Termino a referida com a citação de Derek Prince:

Será como um pequeno riacho. O riacho se tornará num rio. O rio se tornará num grande rio. O grande rio se tornará num mar. O mar se tornará num oceano poderoso, e será através de ti. Mas a maneira como isso vai acontecer você ainda não deve, não pode e não vai saber[6].

Que tenhamos a coragem de nos lançarmos aos cuidados do Senhor. Buscando em oração uma resposta contra o conformismo que se possa estar.

Faça do seu pequeno rio um grande oceano.



REFERÊNCIAS

Bíblia Almeida Corrigida Fiel. Disponível em: <https://www.bibliaonline.com.br/acf>.  Acesso em: 28 Ago. 2024.

Bíblia Nova Tradução na Linguagem de Hoje. Disponível em: <https://www.bibliaonline.com.br/ntlh>.  Acesso em: 28 Ago. 2024.

Bíblia Nova Versão Transformadora. Disponível em: <https://www.bibliaonline.com.br/nvt>.  Acesso em: 28 Ago. 2024.

NETO, Ezequiel. Acampar, Marchar ou Guerrear. Disponível em: <https://revistaimpacto.com.br/acampar-marchar-ou-guerrear/>. Acesso em: 28 Ago. 2024.

PETERSON, Eugene H. A Mensagem|: Bíblia em Linguagem Contemporânea. São Paulo: Editora Vida, 2014.

 

 

 



[1] Pastor Protestante – Redes sociais: @robinsonlaraujo @geracaojovem_img

[2] Bíblia Almeida Corrigida Fiel

[3] Bíblia Nova Tradução na Linguagem de Hoje

[4] Bíblia Nova Versão Transformadora

[5] Peter Derek Vaughan Prince (Bangalore14 de agosto de 1915 † Jerusalém24 de setembro de 2003) foi um teólogo internacional e pastor

[6] A Vida, Ministério e Legado de Derek Prince. Disponível em: <https://www.derekprince.com/pt-br/about>. Acessado em: 28 Ago. 2024.

segunda-feira, 19 de agosto de 2024

A IMPORTÂNCIA DA ALIANÇA DO CASAMENTO DADA POR DEUS E AS CONSEQUÊNCIAS DE SUA RUPTURA

 



Robinson L Araujo[1]

 

Existe algo sagrado no casamento, em uma união entre um homem e uma mulher. Em Gênesis 2:18, encontramos: “E o Eterno disse: não é bom que o homem fique sozinho. Farei alguém que o ajude e faça companhia a ele” – (Bíblia A Mensagem). Já no verso 24, o Senhor ordena: “Portanto, o homem deve deixar seu pai e sua mãe e unir-se à sua esposa. E os dois se tornarão uma só carne” – (Bíblia A Mensagem). Caminhando um pouco mais, o Senhor Jesus adverte em Mateus 19:5-6: “Por causa disso, um homem deixa pai e mãe e une-se à sua esposa, tornando-se uma carne com ela. Não são mais dois, mas apenas um. DEUS criou uma união tão perfeita, que ninguém pode ter a ousadia de profana-la, separando-os” – (Bíblia A Mensagem).

Uma só carne! Quando um homem e uma mulher se unem por meio não somente pela cerimônia matrimônio e aliança inserida no dedo de seu/sua companheiro(a) e sim, pelo sexo que retrata a verdadeira união entre os dois, traz-nos a legítima afirmação que nenhum dois possuem mais direitos separados e independentes. A troca de fluídos, bem como o próprio sangue por minúsculas fissuras provocadas pelo ato sexual, os une a uma aliança dada pelo próprio DEUS. Agora, por se tornarem um, deixa-se o individualismo e passa-se pelo compartilhamento total de seus desejos, bens e vontades. Aristóteles afirmava: “os verdadeiros amigos são dois corpos com uma só mente”, sendo esse sentimento aplicado no ato do SIM.

Deveras, não se pode esquecer que o próprio tema nos remete a uma união espiritual que deve se apoderar entre o homem e a mulher, bem como, a continuidade da espécie, pelo nascimento dos filhos. Assim, John Gill[2], afirmou: “A união entre os dois é tão íntima que é como se fosse uma só pessoa, uma só alma, um só corpo, o que faz contraste com a poligamia, o divórcio ilegítimo, toda espécie de imundícia moral, fornicação e adultério”.

Interessante a afirmação de Jesus Cristo, quando confrontado pela questão do divórcio, “...ninguém pode ter a ousadia de profana-la, separando-os”. Assim, Champlin (2002, p. 479) assevera-nos:

... a necessidade de não ser quebrada essa relação implica e exige a permanência dos cônjuges em sua união. Segundo o ensino deste versículo, DEUS é o criador e preservador da relação do casamento. O matrimônio não é apenas uma instituição social e humana. Assim sendo, as regras que regulamentam o casamento não podem ter base nas ideias e preferências humanas, e nem nas exigências ou conveniências sociais. DEUS tem um propósito especial e espiritual. ... desfazer essa relação, é atrair más consequências, não somente para a sociedade, para a família e para os indivíduos envolvidos, mas também para a alma e para o seu progresso na transformação segundo a imagem de Cristo.

A quebra da aliança construída pelo próprio DEUS no âmbito espiritual, emocional e físico, na vida de um homem e de uma mulher por meio do casamento, quando decidem dizer, comprometendo-se a amar e respeitar na alegria ou na tristeza; na saúde ou na doença; na pobreza ou na riqueza; por todos os dias de suas vidas até que a morte os separe, acaba por causar consequências desastrosas na vida de todos os que estão envolvidos.

Dentre os vários traumas que uma separação provoca na vida dos envolvidos, um que merece toda atenção é a deturpação e traumas na vida dos filhos providos no casamento que ora, se pretende desfazer, como fora possível. Pelo simples fato egoísta e individual, esquece-se que outras pessoas irão colher pela ruptura de uma declaração de fidelidade física, emocional e espiritual afirmando que duraria até que a morte os separasse. Como se afirma: “palavras tem poder”.

Janssen (2012), afirma que o fracasso é inevitável quando ocorre a separação por meio do divórcio. Hoje em dia, porém, muitos indivíduos casados contam com o divórcio como uma saída de emergência. Essa saída, no entanto, deve ser selada. O problema que ocorre, em dias atuais, é que poucas pessoas entendem o real significado de uma aliança.

Sendo assim, faz-se necessário relembrar o significado de aliança para entendimento, deixando-se a desculpa de não conhecimento ou, simplesmente: “não sabia”. Elwell (1993, p. 44), afirma:

Aliança. Um pacto, um contrato entre duas partes, que as obriga mutualmente a assumir compromissos cada um em prol da outra. Teologicamente (usados a respeito dos relacionamentos entre DEUS e o homem) denota um compromisso gracioso da parte de DEUS no sentido de beneficiar e abençoar o homem e, especificamente, aqueles homens que, pela fé, recebem as promessas e se obrigam a cumprir os deveres envolvidos neste compromisso.

Quando há quebra dessa aliança, do contrato firmado no casamento e que, não envolve somente as duas pessoas, aqui se acrescenta o Senhor DEUS como terceira pessoa participante a avalizante da união em virtude do cunho espiritual exercido sobre o casamento. Fato ao encontramos o Apóstolo Paulo advertindo os maridos e as esposas em Efésios 5:22-32, quanto ao cuidado e respeito dentro do casamento, comparando-os a união da Igreja e Jesus Cristo.

Diante dos fatos, percebe-se que um número incontável de pessoas perderam a noção de como deve ser uma relação matrimonial, porque seus pais se divorciaram quando eles ainda estavam crescendo. E pior: essas pessoas não carecem apenas de um exemplo saudável proveniente dos pais, muitas delas alegam que nunca viram de perto um bom casamento.

Ainda Janssen (2012, p. 69) assevera:

Como foram criados por pais divorciados ou em ambientes muito problemáticos, (os adultos com idade entre 20 e 40 anos) não têm a mínima ideia de como escolher o cônjuge, nem sabem o que fazer para construir uma relação. Consideram o divórcio dos pais um terrível fracasso e temem estar destinados a seguir os mesmos passos.

Não diferente do espiritual, a ciência, por meio da psicóloga, pesquisadora e professora universitária Judith Wallerstein[3], elaborou uma pesquisa de 25 anos, onde descobriu que:

Apenas 40% das crianças de divórcio realmente se casam; ela descobriu que os efeitos do divórcio são mais duradouros do que a maioria supõe; A idade da criança no momento do divórcio realmente importa; O maior impacto ocorre durante o período em que a criança do divórcio é um jovem adulto que deseja um relacionamento romântico, mas tem medo do fracasso; também descobriu que a qualidade de vida pós-divórcio é crucial para as crianças.

Assim, observa-se: os homens e mulheres de famílias divorciadas vivem com medo de repetir a história dos pais e não ousam ter esperança de fazer melhor, em virtude da falta de modelo de um casamento saudável durante o crescimento, enfrentando um vazio que os engolem por inteiro, sendo o fracasso inevitável.

O que fazer diante dos problemas e dificuldades enfrentados dentro do relacionamento ao ponto de levar a desistência por meio da separação por divórcio? Antes, tente:

ü  Apresente seu casamento a DEUS, na tratativa de que Ele faça algo para mudar, não o seu parceiro(a), e sim você;

ü  Busque ajuda de uma pessoa que você encontre confiança e que tenha um casamento sólido, para que lhe aconselhe. É possível que eles tenham passado por dificuldade iguais ou semelhantes a sua, podendo orientar;

ü  Olhe para dentro de si, veja o que pode ser mudado, com o desejo de melhorar o seu relacionamento e quem você é;

ü  Não pense que dentro do casamento exista somente felicidade. Uma hora, passamos por estresses corriqueiros, dificuldades, provações. É preciso confiar que são passageiros;

ü  Mantenha uma relação de diálogo aberto com seu cônjuge, informe suas dificuldades e seus desejos;

ü  Não seja orgulho(a) ao ponto de achar que não precisa do outro;

ü  Não tente somente ser feliz, mas procure fazer o seu cônjuge feliz, assim, tem-se a possibilidade de compartilhar da felicidade almejada;

ü  Pense na estrutura psicológica de seus filhos, caso um divórcio seja inevitável, aos seus pensamentos;

ü  Se relacione com a Palavra de DEUS por meio de sua leitura. Somente assim, pode-se compreender as mudanças necessária na vida e atitudes com a intensão de agradar ao Coração de DEUS, bem como, de seu cônjuge;

ü  Caixa de Texto: 01.1517-03.0606-04.0101NÃO DESISTA, tenha CORAGEM para LUTAR, mudar a história que hoje nos parece tão normal e aceitável, entretanto, causador de um mal terrível com consequências incontroláveis.

 

 

 

REFERÊNCIAS

CHAMPLIN, Russel Norman. O Novo Testamento Interpretado: versículo por versículo: Volume 1: Artigos Introdutórios, Mateus Marcos. São Paulo: Hagnos, 2002.

ELWELL, Walter A. Enciclopédia HISTÓRICO-TEOLÓGICA da Igreja Cristã: Volume 1. São Paulo: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 1993.

JOHN GILL. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/John_Gill>. Acessado em: 19 ago. 2024;

JUDITH WALLERSTEIN. Disponível em: <https://en.wikipedia.org/wiki/Judith_Wallerstein>. Acessado em: 19 ago. 2024.

PETERSON, Eugene H. A Mensagem|: Bíblia em Linguagem Contemporânea. São Paulo: Editora Vida, 2014.

 



[1] Pastor protestante. Redes sociais: @robinsonlaraujo

[2] Escritor cristão no Séc. XVI

[3]  (27 de dezembro de 1921 - 18 de junho de 2012) foi uma psicóloga e pesquisadora que criou um estudo de 25 anos sobre os efeitos do divórcio nas crianças envolvidas.


quinta-feira, 18 de julho de 2024

ORAR NO SECRETO

 



Robinson L Araujo[1]

 

Por vezes, somos levados na busca do secreto para orarmos. Muitos tentam mistificar a forma simplória de levarmos nossos pensamentos a DEUS.

Não se pode deixar de observar o que Provérbios 15:8 nos assevera: “O Eterno não suporta quem faz pose de piedoso, mas tem prazer nas orações genuínas” (A Mensagem).

A oração é a forma espiritual de um filho de DEUS falar com DEUS Pai na linguagem do céu. Podendo orar em secreto ou em público, sendo que as orações secretas ou privadas são sempre mais livres e abertas, pois por meio delas, pode-se ter uma maior intimidade com DEUS.

Mateus 6:5-8, o Senhor Jesus Cristo diz:

5. “E, quando forem à presença de DEUS, também não façam disso uma produção teatral. Essa gente que faz da oração um show está buscando o estrelato! Vocês acham que DEUS está no camarote, apreciando o espetáculo? 6. “É assim que eu quero que vocês façam: encontrem um local tranquilo e isolado, de modo que não sejam tentados a interpretar diante de DEUS. Apenas fiquem lá, tão simples e honestamente quanto conseguirem. Desse modo, o centro da atenção será DEUS, não vocês, e vocês começarão a perceber sua graça. 7. “O mundo está cheio de pessoas que se julgam guerreiros de oração, mas que nem sabem o que é orar. Utilizam-se de fórmulas, programas, conselhos e técnicas de vendas para conseguir o que querem de DEUS. Não façam essa asneira. 8. Vocês estão diante do Pai! E Ele sabe de que estão precisando, melhor que vocês mesmos. Com um DEUS assim, que os ama tanto, vocês podem orar de maneira muito simples. (A Mensagem).

O verso sexto, na linguagem Nova Versão Transformadora, afirma: “Mas quando orarem, cada um vá para seu quarto, feche a porta e ore...”.

Depois do Senhor Jesus Cristo ser tentado pelo diabo, apresentar as bens aventuranças e alguns requisitos para a vida eterna, Seus discípulos o instigaram a ensiná-los a orar. Um pedido extraordinário!

Como Mestre, Ele apresentou o modelo a ser seguido, mostrando o que o ‘secreto’ não é, bem como, o que não se deve ser feito. Vejamos:

ü  Não pode ser uma produção teatral, ou seja, um teatro onde encena-se algo que não é real;

ü  Não busque o estrelato, ou seja, o reconhecimento por ser alguém de ‘oração’, por ser o ator principal de um show;

ü  Não é uma fórmula mágica, um programa ou até mesmo, um conselho a ser seguido.

Depois Ele termina dizendo: “não façam essa asneira”, ou seja, essa bobagem. Entretanto procedam da seguinte forma:

Tenham um lugar íntimo e privado. Estar em um lugar privado não é, necessariamente estar em um monte ou dentro das paredes de um templo. É o meu lugar de intimidade, lugar onde me afasto das coisas que tiram minha atenção para que se tenha a liberdade de derramar-me diante de DEUS, sem que ninguém possa ver e “espiritualizar” meu momento de intimidade com meu Pai celestial. É onde o centro da atenção está voltado em DEUS.

Paranaguá (2021) afirma que a oração em um lugar secreto é um dos segredos da vida privativa de oração. Isso se dá, mesmo sendo DEUS Onipresente, devido sermos distraídos. O lugar secreto é onde eu consigo aquietar a minha alma, conforme Salmos 46:10a - "Aquietem-se e saibam que eu sou Deus!.

Para que encontre meu lugar secreto, faz-se necessário:

Ø  Ter um lugar íntimo e privado;

Ø  Ter um lugar em sua agenda para que você de fato se compromisse em orar;

Ø  Tenha um papel, um caderno, onde possa anotar seus pedidos com a finalidade de não ficar disperso;

Ø  Procure ficar taciturno, ou seja, quieto – Salmos 46:10;

Ø  Medite em um trecho da Palavra de DEUS, pois é por meio dela que podemos encontrar a quietude de nossa alma – “Em silêncio diante de Deus, minha alma espera, pois dele vem minha vitória” (Salmos 62:1 – NVT);

Ø  Ore de acordo com a vontade de DEUS, expressa em Sua Palavra – “Na presença dEle, temos confiança e liberdade para fazer nossos pedidos, de acordo com Sua vontade, na certeza de que Ele nos ouvirá. E, se temos essa certeza, sabemos que a resposta é garantida (I João 5:14 – A Mensagem);

Ø  Entregue seus pedidos a Ele – “Não vivam preocupados com coisa alguma; em vez disso, orem a Deus pedindo aquilo de que precisam e agradecendo-lhe por tudo que ele já fez. (Filipenses 4:6);

Ø  Pela fé, agradeça até receber, segundo a Sua vontade – “Sejam gratos em todas as circunstâncias, pois essa é a vontade de Deus para vocês em Cristo Jesus. (I Tessalonicenses 5:18);

Ø  Tendo recebido, seja eternamente grato.

Calvino, o reformador da igreja, afirmou: “Nós não temos a liberdade de clamar a DEUS para que siga a sugestão de nossa mente e vontade, mas precisamos busca-Lo somente da maneira como Ele nos convidou a nos aproximarmos dEle”. Mateus 6:6.

Lembremos que DEUS não está sentado em um teatro interessado em assistir nosso show que ora, apresentamos como sendo nossas orações. Ele está ao nosso lado, disposto a nos ouvir e responder.

Faz-se necessário agir com simplicidade!

 

 

REFERÊNCIAS

BÍBLIA NOVA VERSÃO TRANSFORMADORA. Disponível em: <https://www.bibliaonline.com.br/nvt/>. Acesso em: 18 jul. 2024.

PETERSON, Eugene H. A Mensagem|: Bíblia em Linguagem Contemporânea. São Paulo: Editora Vida, 2014.

PARANAGUÁ, Glenio Fonseca. Aprendendo a Orar o Pai Nosso. Londrina: Editora IDE, 2021.



[1] Pastor. Instagram: @robinsonlaraujo